quarta-feira, 6 de julho de 2011

O floema e o transporte da seiva elaborada

O floema é um tecido possuidor de dois tipos celulares vivos: os elementos de vaso crivado são células tubulares desprovidas de núcleo e vacúolo condutoras de seiva elaborada. Cada uma de suas extremidades possui uma placa crivada. As células companheiras são nucleadas e não atuam diretamente na condução de seiva, mas sustentam a produção de substâncias essenciais ao metabolismo dos elementos de vaso crivado, mantendo-os vivos.

Floema

Micrografia de vaso do floema


Quando um elemento de vaso crivado é danificado e há risco de extravasamento de seiva pela região lesada, uma substância denominada calose se deposita sobre os poros de sua placa crivada, interrompendo o fluxo de líquido pelo vaso. O mesmo ocorre na presença de agentes causadores de doenças de plantas - como vírus fungos e bactérias - no floema para isolar os vasos infectados dos vasos sadios.


Mecanismo de transporte da seiva elaborada


Ernst Münch elaborou em 1930 a teoria do fluxo de massa, a mais aceita atualmente para explicar o transporte de seiva elaborada sob pressão no floema. Segundo esta, a água da seiva bruta que chega pelo xilema ao órgão de maior pressão osmótica (geralmente, a folha) penetra em seus vasos floemáticos por osmose, empurrando a massa de seiva elaborada neles presente em direção ao órgão de menor pressão osmótica (geralmente, a raiz). Tal proposição foi testada com sucesso através do seguinte modelo experimental:



Pulgão sugando seiva elaborada
Na planta, a contínua produção de solutos orgânicos pelas folhas e o retardo do fluxo de líquido pelas placas crivadas do floema impedem o equilíbrio das concentrações entre a fonte e o dreno de seiva elaborada.
interessante lembrar que os insetos afÍdeos (pulgões), conhecidos parasitas sugadores da seiva elaborada de plantas foram importantes indicadores de que esta flui sob pressão, e não sob tensão como a seiva bruta. Ao atingirem o floema com seus aparelhos bucais picadores esses insetos permitem que a pressão da seiva bruta a faça atravessar seu tubo digestório e sair pelo ânus, como se pode ver na figura ao lado.


Anel de Malpighi


A maior parte das plantas atuais, incluindo as grandes árvores, estão no grupo das angiospermas dicotiledôneas. Entre estas a distribuição dos vasos no caule é organizada de tal forma que os vasos xilemáticos formam um cilindro central maciço coberto por um outro cilindro constituído pelos vasos do floema, os quais se encontram aderidos à casca da planta.


Assim, ao retirarmos um anel completo da casca de uma árvore estaremos destruindo nesta região os seus vasos floemáticos. Quando executado no caule principal, este procedimento resulta na interrupção do fluxo de açúcares em direção à raiz, a qual não os produz, mas depende deles para a manutenção de suas células. A raiz passa, então, a utilizar-se de suas reservas de amido como fonte de carboidratos. O fim das reservas resulta na morte das células radiculares, impedindo a absorção de água e nutrientes minerais. Assim, a parte aérea da planta também morre posteriormente. Logo após a formação do anel é possível verificar inchaço do caule acima do corte.


Se o anel de Malpighi for feito especificamente em um galho da planta, este acumulará mais açúcares na região acima do corte, onde pode-se verificar maior desenvolvimento das estruturas caulinares, maior facilidade na floração e a produção de frutos maiores e mais doces. Como a raiz continuará recebendo seiva elaborada de outros ramos Íntegros não haverá prejuízo ao desenvolvimento da planta.

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